Para quem costuma ler os meus posts ocasionais deve achar este aqui meio estranho e até filosófico demais. Porém, estava para escrever sobre esse assunto faz um bom tempo. Qual é a miséria do ser humano? É o estado de pobreza extrema, pela qual inúmeras pessoas passam? Segundo o dicionário sim. Porém entendo o termo miserável como algo mais abrangente e que contempla também a definição dita.
O ser humano é miserável e se sente miserável quando reconhece as suas próprias limitações e incapacidade de lidar com elas e não quer ou sente vergonha em aceitá-las. Nos sentimos miseráveis, por exemplo, diante de um assalto. Somos obrigados a nos sujeitar às exigências de um bandido em troca de não perdermos a vida. Não adianta o nosso nível de instrução ou mesmo a nossa capacidade física. Estaremos nas mãos de meliantes que podem decidir mudar o seu destino por critérios torpes ou simplesmente sem nenhum critério. Impotentes.
Nos sentimos miseráveis quando nos deparamos com um ente querido, gravemente enfermo e que nada podemos fazer para curá-lo. Da mesma forma quando somos rejeitados por alguém que é realmente importante para nós. Não há nada que possamos fazer para que a pessoa querida aceite os sentimentos. Incapazes. Obrigados a aceitar algo.
Mais miseráveis nos sentimos quando delegamos o nosso pouco poder a alguém, seja pessoa, entidade ou espírito, e este alguém nos decepciona. Fato que nos traz além da miséria o sentimento de traição.
Quando tomamos consciência da nossa incapacidade de sair de uma situação ou da nossa impotência diante de acontecimentos, nos sentimos miseráveis. Miseráveis por depender de algo ou alguém. Em sua miséria, o ser humano cai no desespero, quando não possui ninguém para recorrer. Nessa horas, muitos procuram a Deus, pois a Ele é atribuído todo o poder.
Por vezes, penso que a miséria é o que define o próprio ser humano, pelo mesmo estar sujeito às leis da natureza e, para os que acreditam, espirituais. É do desejo de não se sentir assim que exercemos nossas atividades diárias. É do desejo de não se sentir assim que a ciência evoluiu. Seja em busca de poder, libertação ou em busca de cura. Por aí vai. É deste sentimento que tanta poesia, música e ditados falam em ”aceitar as coisas como elas são“ ou ”ver as coisas de forma mais simples” para aplacar seus efeitos.
Era para eu ter postado isso no primeiro dia deste ano. Entretanto, como o ano começa depois do carnaval, que 2012 seja um ano pelo qual não precisemos nos sentir miseráveis! Que tomemos decisões corretas, saibamos a quem buscar e sejamos abençoados!
É isso!