domingo, 14 de outubro de 2018

A Paz Sem Voz

"A minha alma está armada e apontada para a cara do sossego!
Pois paz sem voz; Paz sem voz; Não é paz, é medo!"

Marcelo Yuka - O Rappa - Minha Alma, Álbum "LadoB LadoA", 1999 

Gosto muito de O Rappa. Traz um som único, brasileiro e letras que me fazem pensar. Em específico a do excerto supracitado. Apesar da crítica social ir ser colocada em um contexto diferente, o que Marcelo Yuka fala em sua música, através da voz do Falcão, é muito mais profundo.

Atualmente, temos contemplado uma série de discursos políticos que visam criar leis para, supostamente, proteger determinadas minorias ou grupos sociais. Não vou entrar no mérito se essas leis devem ou não ser criadas. Entretanto, se posicionar contra esses discursos políticos ou a criação delas, implica em ser chamado de adjetivos como fascista, nazista e outros istas e fóbicos específicos. O mesmo ocorre com o apoio a um político que se posiciona contra este tipo de discurso. Independente de certo ou errado moralmente, quando a polarização de idéias beirando o Maniqueísmo impera, quem perde é o país como um todo. Eu explico. Podemos até tentar mudar a sociedade por força de lei ou por intimidação social, mas a mesma não será melhorada. Cria-se a paz sem voz. Se a voz das pessoas é suprimida por uma lei ou por pessoas gritando para não deixar elas falarem, elas podem até ficar quietas, mas não pelos motivos certos. E em algum momento as pessoas que foram forçadas a ficar caladas reagirão. Como a própria música diz, paz sem voz é medo.

Fala-se muito em ditadura, mas uma sociedade regida pelo medo não é também uma ditadura?

É isso.


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